Ziraldo Alves Pinto
nasceu em 24 de outubro de 1932, em Caratinga, Minas Gerais. É o mais velho de
uma família de sete irmãos. Seu nome vem da combinação dos nomes de sua mãe,
Zizinha, com o de seu pai, Geraldo. Assim surgiu o Zi-raldo, um nome único.
Passou a infância em Caratinga, onde cursou o Grupo Escolar Princesa Isabel. Em
1949 foi com o avô para o Rio de Janeiro, onde cursou dois anos no MABE
(Moderna Associação de Ensino). Em 1950 voltou para Caratinga para fazer o Tiro
de Guerra. Terminou o Científico no Colégio Nossa Senhora das Graças. Em 1957,
formou-se em Direito na Faculdade de Direito de Minas Gerais, em Belo
Horizonte.
No ano seguinte
casou-se com Vilma Gontijo, após sete anos de namoro. Ziraldo tem três filhos -
Daniela, Fabrízia e Antônio - e seis netos.
Desenha desde que
se entende por gente. Quando criança, desenhava em todos os lugares - na
calçada, nas paredes, na sala de aula... Outra de suas paixões desde a infância
é a leitura. Lia tudo que lhe caía nas mãos: Monteiro Lobato, Viriato Correa,
Clemente Luz (O Mágico), e todas as revistas em quadrinhos da época. Já
nesse momento, ao ler as páginas do primeiro "gibi", sentiu que ali
estava o seu futuro.
A carreira de Ziraldo começou na revista Era
Uma Vez... com colaborações mensais. Em 1954 começou a
trabalhar no Jornal A Folha de Minas, com uma página de humor. Por coincidência, foi
esse mesmo jornal que publicou, em 1939, o seu primeiro desenho, quando tinha
apenas seis anos de idade!
Ziraldo fez
cartazes para inúmeros filmes do cinema brasileiro, como Os Fuzis, Os Cafajestes, Selva Trágica, Os Mendigos,
etc. Foi no Rio de Janeiro que Ziraldo se consagrou um dos artistas gráficos
mais conhecidos e respeitados nacional e internacionalmente. Em 1957, começou a
publicar seus trabalhos na revista A Cigarra e, posteriormente, em O Cruzeiro.
Em 1963, começou a fazer colaborações para o Jornal do Brasil. Trabalhou ainda
nas revistas Visão e Fairplay.
Entretanto, devido à diversidade de sua obra, não é possível limitá-lo apenas
às artes gráficas. É um artista que tem, ao longo dos anos, desenvolvido várias
facetas de seu talento. Ziraldo é também pintor, cartazista, jornalista,
teatrólogo, chargista, caricaturista e escritor.
Nos anos 60, seus cartuns e charges políticas começaram a aparecer na revista O
Cruzeiro e no Jornal do Brasil. Personagens como Jeremias, o Bom, a Supermãe e,
posteriormente, o Mineirinho tornaram-se popularíssimos.
Foi também na década de 60 que realizou seu sonho infantil: transformou-se num
autor de histórias em quadrinhos e publicou a primeira revista brasileira do
gênero feita por um só autor, reunindo uma turma chefiada pelo saci-pererê,
figura mais importante do imaginário brasileiro. Os personagens dessa turma
eram um pequeno índio e vários animais que formam o universo folclórico
brasileiro, como a onça, o jabuti, o tatu, o coelho e a coruja. A Turma do Pererê marcou
época na trajetória das histórias em quadrinhos no Brasil.
Em 1964, com a
tomada do poder pelos militares, a revista encerrou sua carreira. Era
nacionalista demais para sobreviver àqueles tempos. Entretanto, a força desses
persoagens, tão tipicamente brasileiros, resistiu aos difíceis anos da
ditadura. Em 1975 voltaram a ser publicados pela Editora Abril. Atualmente as
melhores histórias estão sendo reeditadas em álbuns pela Editora Salamandra.
Durante o período da ditadura militar (1964-1984), Ziraldo realizou um trabalho
intenso de resistência à repressão. Fundou, junto com outros humoristas, o mais
importante jornal não-conformista da história da imprensa brasileira, O Pasquim.
Ziraldo o considera um grande celeiro dos humoristas pós-68.
Quando foi editado
o AI-5, durante a Revolução Militar, muita gente contrária ao regime procurou
se esconder para escapar à prisão. Ziraldo passou a noite ajudando a esconder
os amigos e não se preocupou consigo mesmo. No dia seguinte à edição do
famigerado ato, foi preso em sua residência e levado para o Forte de Copacabana
por ser considerado um elemento perigoso.
Em 1968, Ziraldo teve seu talento reconhecido internacionalmente com a
publicação de suas produções na revistaGraphis, uma espécie de
“pantheon” das artes gráficas. Teve ainda trabalhos publicados nas revistas
internacionais Penthouse ePrivate
Eye, da Inglaterra, Plexus e Planète,
da França, e Mad,
dos Estados Unidos.
No ano de 1969, grandes acontecimentos marcaram a vida do artista. Ganhou o
Oscar Internacional de Humor no 32.º Salão Internacional de Caricaturas de
Bruxelas e o Merghantealler, prêmio máximo da imprensa livre da América Latina,
patrocinado pela Associação Internacional de Imprensa e recebido em Caracas,
Venezuela. Foi convidado a desenhar o cartaz anual do Unicef, honra concedida
pela primeira vez a um artista latino.
Ziraldo fez um mural para a inauguração do Canecão, casa noturna do Rio de
Janeiro, numa parede de mais de cento e oitenta metros quadrados. Essa obra foi
reproduzida em várias revistas do mundo, mas se encontra hoje escondida atrás
de um painel de madeira.
Foi ainda naquele
ano que publicou seu primeiro livro infantil,FLICTS, que relata a
história de uma cor que não encontrava seu lugar no mundo. Nesse livro, usou o
máximo de cores e o mínimo de palavras. A embaixada dos Estados Unidos no
Brasil presenteou com um exemplar desse livro os astronautas americanos que
pisaram na Lua pela primeira vez quando estes visitaram o Brasil. Neil Armstrong,
um deles, leu o livro e, comovido, escreveu ao autor: "The moon is
FLICTS".
Na década de 70, com seu trabalho já consagrado, continuou abrindo caminhos no
Brasil e no mundo. Desde 1972, seus trabalhos são sempre selecionados pela
revista Graphis Anual eGraphis
Porter.
Diversas revistas
internacionais usam seus desenhos em capas, inclusive a Vision,
a Playboy e
a GQ (Gentlemen’s Quaterly). Seus cartuns percorrem revistas de várias partes
do mundo. Alguns de seus desenhos foram selecionados para fazer parte do acervo
do Museu da Caricatura de Basiléia, na Suíça.
A partir de 1979, Ziraldo passou a dedicar mais tempo à sua antiga paixão:
escrever histórias para crianças. Nesse ano, publicou O Planeta Lilás,
um poema de amor ao livro, em que mostra que ele é maior que o Universo, pois
cabe inteirinho dentro de suas páginas.
Em 1980, Ziraldo recebeu sua maior consagração como autor infantil, na Bienal
do Livro de São Paulo, com o lançamento de O
Menino Maluquinho. Esse livro se transformou no maior
sucesso editorial da feira e ganhou o Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do
Livro, em São Paulo. Foi adaptado para o teatro, o cinema e para a web e teve
uma versão para ópera infantil, feita pelo maestro Ernani Aguiar. O Menino
Maluquinho virou um verdadeiro símbolo do menino nacional. Em 1989, começaram a
ser publicadas a revista e as tirinhas em quadrinhos esse personagem.
Em 1994, O Menino Maluquinho, o Bichinho da Maçã, a Turma do Pererê e o próprio
Saci-Pererê transformaram-se em selos comemorativos de Natal. Devido a essa
homenagem dos Correios e Telégrafos ao artista, sua arte foi espalhada pelos
quatro cantos do planeta, com votos de boas festas, feliz Natal e feliz ano
novo. Os livros de Ziraldo já foram traduzidos para várias línguas, entre elas
espanhol, italiano, inglês, alemão, francês e basco.
Como todo brasileiro, Ziraldo aprecia o carnaval. Foi um dos
primeiros a desfilar com a Banda de Ipanema, ao
lado de Albino Pinheiro, Leila Diniz e a turma do O Pasquim. Seu livro FLICTS
já foi enredo de escola de samba em Juiz de Fora, e Ziraldo desfilou no chão ao
lado do filho Antônio. Mais recentemente, no carnaval de 1997, Ziraldo foi
novamente homenageado. Desfilou no alto de um carro com um enorme Menino
Maluquinho, do qual desceu com o auxílio de um guindaste!
Ziraldo também já teve diversas passagens pela televisão. Participou como
jurado de inúmeros programas, festivais e até de concurso de Miss Brasil nos
anos 60. Foi umentrevistador muito comentado na TV Educativa, com o programa
“Ziraldo — o papo”, no início dos 90. Quando entrevistado, tem sempre pontos de
vista interessantes a defender. Foi a personalidade que mais vezes compareceu
ao programa “Jô Soares Onze e Meia”. Uma de suas frases mais conhecidas é
"Ler é mais importante do que estudar". Outras idéias que ele lançou
em entrevistas e que se tornaram quase campanhas públicas foram a de semear
jardins de flores nas cidades e a de combater a subnutrição com macarrão
vitaminado.
Em 1999, criou, de
uma só vez, duas revistas que sacudiram os conceitos do ramo editorial: Bundas e Palavra. Bundas foi
uma resposta bem-humorada à ostentação dos “famosos” que semanalmente aparecem
na revista Caras.
Reuniu grandes escritores, analistas políticos e cartunistas, muitos revelados
no O Pasquim.
Ao contrário do que o nome podia sugerir, era uma revista que tratava de
assuntos muito sérios, todos ligados ao destino político do país. Por sua vez, Palavra se
destinava a divulgar e discutir a arte que se faz longe do eixo Rio—São Paulo,
que concentra a maior parte das publicações nacionais do gênero. É uma revista
marcada pelo requinte da produção gráfica e pela originalidade do conteúdo.
Por ter criado uma
vasta obra na área da literatura infanto-juvenil, Ziraldo foi convidado, em
2000, para montar um parque de diversões temático em Brasília. No Ziramundo,
as crianças podem rodar dentro da panela do Menino Maluquinho e subir à Lua com
oFLICTS.
Com o fim de Bundas,
Ziraldo continuou a articular seus colaboradores para sustentar uma publicação
de humor e opinião. Logo no início de 2002, surgiu OPasquim21,
um jornal semanal que faz alusão ao histórico O
Pasquim e continua a revelar talentos, especialmente na
charge política e na caricatura.
No carnaval de 2003, Ziraldo voltou a ser homenageado por uma escola de samba.
A paulistana Nenê de Vila Matilde levou o enredo “É Melhor ler... O Mundo
Colorido de um Maluco Genial” e conquistou o 4° lugar. Mais uma vez, Ziraldo
subiu num enorme carro alegórico e desfilou emocionado.
O marco dos 70 anos também foi oportunidade para a realização de um
documentário sobre sua vida e obra, “Ziraldo, profissão cartunista”, exibido na
TV Senac e realizado por Marisa Furtado.
No mesmo ano estreou a ópera “O Menino Maluquinho” no Theatro Central de Juiz
de Fora. A ópera foi escrita pelo maestro Ernani Aguiar com libreto de Maria
Gessy. Os papéis principais são cantados por dois meninos e uma menina
acompanhados por um coro também de crianças.
Em 2004 Ziraldo
ganhou, com o livro Flicts, o prêmio internacional Hans Christian Andersen.
Sua arte faz parte do nosso cotidiano e pode ser identificada em logotipos
famosos; ilustrações de livros e revistas; caixinhas de fósforos, que viraram
itens de colecionador; cartazes da Feira da Providência (no Rio) e do
Ministério da Educação; centenas de camisetas e símbolos de campanhas públicas
ou privadas. Ziraldo está sempre envolvido em novos projetos.
Ziraldo Alves Pinto
nasceu em 24 de outubro de 1932, em Caratinga, Minas Gerais. É o mais velho de
uma família de sete irmãos. Seu nome vem da combinação dos nomes de sua mãe,
Zizinha, com o de seu pai, Geraldo. Assim surgiu o Zi-raldo, um nome único.
Passou a infância em Caratinga, onde cursou o Grupo Escolar Princesa Isabel. Em
1949 foi com o avô para o Rio de Janeiro, onde cursou dois anos no MABE
(Moderna Associação de Ensino). Em 1950 voltou para Caratinga para fazer o Tiro
de Guerra. Terminou o Científico no Colégio Nossa Senhora das Graças. Em 1957,
formou-se em Direito na Faculdade de Direito de Minas Gerais, em Belo
Horizonte.
No ano seguinte
casou-se com Vilma Gontijo, após sete anos de namoro. Ziraldo tem três filhos -
Daniela, Fabrízia e Antônio - e seis netos.
Desenha desde que
se entende por gente. Quando criança, desenhava em todos os lugares - na
calçada, nas paredes, na sala de aula... Outra de suas paixões desde a infância
é a leitura. Lia tudo que lhe caía nas mãos: Monteiro Lobato, Viriato Correa,
Clemente Luz (O Mágico), e todas as revistas em quadrinhos da época. Já
nesse momento, ao ler as páginas do primeiro "gibi", sentiu que ali
estava o seu futuro.
A carreira de Ziraldo começou na revista Era
Uma Vez... com colaborações mensais. Em 1954 começou a
trabalhar no Jornal A Folha de Minas, com uma página de humor. Por coincidência, foi
esse mesmo jornal que publicou, em 1939, o seu primeiro desenho, quando tinha
apenas seis anos de idade!
Ziraldo fez
cartazes para inúmeros filmes do cinema brasileiro, como Os Fuzis, Os Cafajestes, Selva Trágica, Os Mendigos,
etc. Foi no Rio de Janeiro que Ziraldo se consagrou um dos artistas gráficos
mais conhecidos e respeitados nacional e internacionalmente. Em 1957, começou a
publicar seus trabalhos na revista A Cigarra e, posteriormente, em O Cruzeiro.
Em 1963, começou a fazer colaborações para o Jornal do Brasil. Trabalhou ainda
nas revistas Visão e Fairplay.
Entretanto, devido à diversidade de sua obra, não é possível limitá-lo apenas
às artes gráficas. É um artista que tem, ao longo dos anos, desenvolvido várias
facetas de seu talento. Ziraldo é também pintor, cartazista, jornalista,
teatrólogo, chargista, caricaturista e escritor.
Nos anos 60, seus cartuns e charges políticas começaram a aparecer na revista O
Cruzeiro e no Jornal do Brasil. Personagens como Jeremias, o Bom, a Supermãe e,
posteriormente, o Mineirinho tornaram-se popularíssimos.
Foi também na década de 60 que realizou seu sonho infantil: transformou-se num
autor de histórias em quadrinhos e publicou a primeira revista brasileira do
gênero feita por um só autor, reunindo uma turma chefiada pelo saci-pererê,
figura mais importante do imaginário brasileiro. Os personagens dessa turma
eram um pequeno índio e vários animais que formam o universo folclórico
brasileiro, como a onça, o jabuti, o tatu, o coelho e a coruja. A Turma do Pererê marcou
época na trajetória das histórias em quadrinhos no Brasil.
Em 1964, com a
tomada do poder pelos militares, a revista encerrou sua carreira. Era
nacionalista demais para sobreviver àqueles tempos. Entretanto, a força desses
persoagens, tão tipicamente brasileiros, resistiu aos difíceis anos da
ditadura. Em 1975 voltaram a ser publicados pela Editora Abril. Atualmente as
melhores histórias estão sendo reeditadas em álbuns pela Editora Salamandra.
Durante o período da ditadura militar (1964-1984), Ziraldo realizou um trabalho
intenso de resistência à repressão. Fundou, junto com outros humoristas, o mais
importante jornal não-conformista da história da imprensa brasileira, O Pasquim.
Ziraldo o considera um grande celeiro dos humoristas pós-68.
Quando foi editado
o AI-5, durante a Revolução Militar, muita gente contrária ao regime procurou
se esconder para escapar à prisão. Ziraldo passou a noite ajudando a esconder
os amigos e não se preocupou consigo mesmo. No dia seguinte à edição do
famigerado ato, foi preso em sua residência e levado para o Forte de Copacabana
por ser considerado um elemento perigoso.
Em 1968, Ziraldo teve seu talento reconhecido internacionalmente com a
publicação de suas produções na revistaGraphis, uma espécie de
“pantheon” das artes gráficas. Teve ainda trabalhos publicados nas revistas
internacionais Penthouse ePrivate
Eye, da Inglaterra, Plexus e Planète,
da França, e Mad,
dos Estados Unidos.
No ano de 1969, grandes acontecimentos marcaram a vida do artista. Ganhou o
Oscar Internacional de Humor no 32.º Salão Internacional de Caricaturas de
Bruxelas e o Merghantealler, prêmio máximo da imprensa livre da América Latina,
patrocinado pela Associação Internacional de Imprensa e recebido em Caracas,
Venezuela. Foi convidado a desenhar o cartaz anual do Unicef, honra concedida
pela primeira vez a um artista latino.
Ziraldo fez um mural para a inauguração do Canecão, casa noturna do Rio de
Janeiro, numa parede de mais de cento e oitenta metros quadrados. Essa obra foi
reproduzida em várias revistas do mundo, mas se encontra hoje escondida atrás
de um painel de madeira.
Foi ainda naquele
ano que publicou seu primeiro livro infantil,FLICTS, que relata a
história de uma cor que não encontrava seu lugar no mundo. Nesse livro, usou o
máximo de cores e o mínimo de palavras. A embaixada dos Estados Unidos no
Brasil presenteou com um exemplar desse livro os astronautas americanos que
pisaram na Lua pela primeira vez quando estes visitaram o Brasil. Neil
Armstrong, um deles, leu o livro e, comovido, escreveu ao autor: "The moon
is FLICTS".
Na década de 70, com seu trabalho já consagrado, continuou abrindo caminhos no
Brasil e no mundo. Desde 1972, seus trabalhos são sempre selecionados pela
revista Graphis Anual eGraphis
Porter.
Diversas revistas
internacionais usam seus desenhos em capas, inclusive a Vision,
a Playboy e
a GQ (Gentlemen’s Quaterly). Seus cartuns percorrem revistas de várias partes do
mundo. Alguns de seus desenhos foram selecionados para fazer parte do acervo do
Museu da Caricatura de Basiléia, na Suíça.
A partir de 1979, Ziraldo passou a dedicar mais tempo à sua antiga paixão:
escrever histórias para crianças. Nesse ano, publicou O Planeta Lilás,
um poema de amor ao livro, em que mostra que ele é maior que o Universo, pois
cabe inteirinho dentro de suas páginas.
Em 1980, Ziraldo recebeu sua maior consagração como autor infantil, na Bienal
do Livro de São Paulo, com o lançamento de O
Menino Maluquinho. Esse livro se transformou no maior
sucesso editorial da feira e ganhou o Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do
Livro, em São Paulo. Foi adaptado para o teatro, o cinema e para a web e teve
uma versão para ópera infantil, feita pelo maestro Ernani Aguiar. O Menino
Maluquinho virou um verdadeiro símbolo do menino nacional. Em 1989, começaram a
ser publicadas a revista e as tirinhas em quadrinhos esse personagem.
Em 1994, O Menino Maluquinho, o Bichinho da Maçã, a Turma do Pererê e o próprio
Saci-Pererê transformaram-se em selos comemorativos de Natal. Devido a essa
homenagem dos Correios e Telégrafos ao artista, sua arte foi espalhada pelos
quatro cantos do planeta, com votos de boas festas, feliz Natal e feliz ano
novo. Os livros de Ziraldo já foram traduzidos para várias línguas, entre elas
espanhol, italiano, inglês, alemão, francês e basco.
Como todo brasileiro, Ziraldo aprecia o carnaval. Foi um dos
primeiros a desfilar com a Banda de Ipanema, ao
lado de Albino Pinheiro, Leila Diniz e a turma do O Pasquim. Seu livro FLICTS
já foi enredo de escola de samba em Juiz de Fora, e Ziraldo desfilou no chão ao
lado do filho Antônio. Mais recentemente, no carnaval de 1997, Ziraldo foi
novamente homenageado. Desfilou no alto de um carro com um enorme Menino
Maluquinho, do qual desceu com o auxílio de um guindaste!
Ziraldo também já teve diversas passagens pela televisão. Participou como
jurado de inúmeros programas, festivais e até de concurso de Miss Brasil nos
anos 60. Foi umentrevistador muito comentado na TV Educativa, com o programa
“Ziraldo — o papo”, no início dos 90. Quando entrevistado, tem sempre pontos de
vista interessantes a defender. Foi a personalidade que mais vezes compareceu
ao programa “Jô Soares Onze e Meia”. Uma de suas frases mais conhecidas é
"Ler é mais importante do que estudar". Outras idéias que ele lançou
em entrevistas e que se tornaram quase campanhas públicas foram a de semear
jardins de flores nas cidades e a de combater a subnutrição com macarrão
vitaminado.
Em 1999, criou, de
uma só vez, duas revistas que sacudiram os conceitos do ramo editorial: Bundas e Palavra. Bundas foi
uma resposta bem-humorada à ostentação dos “famosos” que semanalmente aparecem
na revista Caras.
Reuniu grandes escritores, analistas políticos e cartunistas, muitos revelados
no O Pasquim.
Ao contrário do que o nome podia sugerir, era uma revista que tratava de
assuntos muito sérios, todos ligados ao destino político do país. Por sua vez, Palavra se
destinava a divulgar e discutir a arte que se faz longe do eixo Rio—São Paulo,
que concentra a maior parte das publicações nacionais do gênero. É uma revista
marcada pelo requinte da produção gráfica e pela originalidade do conteúdo.
Por ter criado uma
vasta obra na área da literatura infanto-juvenil, Ziraldo foi convidado, em
2000, para montar um parque de diversões temático em Brasília. No Ziramundo,
as crianças podem rodar dentro da panela do Menino Maluquinho e subir à Lua com
oFLICTS.
Com o fim de Bundas,
Ziraldo continuou a articular seus colaboradores para sustentar uma publicação
de humor e opinião. Logo no início de 2002, surgiu OPasquim21,
um jornal semanal que faz alusão ao histórico O
Pasquim e continua a revelar talentos, especialmente na
charge política e na caricatura.
No carnaval de 2003, Ziraldo voltou a ser homenageado por uma escola de samba.
A paulistana Nenê de Vila Matilde levou o enredo “É Melhor ler... O Mundo
Colorido de um Maluco Genial” e conquistou o 4° lugar. Mais uma vez, Ziraldo
subiu num enorme carro alegórico e desfilou emocionado.
O marco dos 70 anos também foi oportunidade para a realização de um
documentário sobre sua vida e obra, “Ziraldo, profissão cartunista”, exibido na
TV Senac e realizado por Marisa Furtado.
No mesmo ano estreou a ópera “O Menino Maluquinho” no Theatro Central de Juiz
de Fora. A ópera foi escrita pelo maestro Ernani Aguiar com libreto de Maria
Gessy. Os papéis principais são cantados por dois meninos e uma menina
acompanhados por um coro também de crianças.
Em 2004 Ziraldo
ganhou, com o livro Flicts, o prêmio internacional Hans Christian Andersen.
Sua arte faz parte do nosso cotidiano e pode ser identificada em logotipos
famosos; ilustrações de livros e revistas; caixinhas de fósforos, que viraram
itens de colecionador; cartazes da Feira da Providência (no Rio) e do
Ministério da Educação; centenas de camisetas e símbolos de campanhas públicas
ou privadas. Ziraldo está sempre envolvido em novos projetos.Ziraldo Alves Pinto
nasceu em 24 de outubro de 1932, em Caratinga, Minas Gerais. É o mais velho de
uma família de sete irmãos. Seu nome vem da combinação dos nomes de sua mãe,
Zizinha, com o de seu pai, Geraldo. Assim surgiu o Zi-raldo, um nome único.
Passou a infância em Caratinga, onde cursou o Grupo Escolar Princesa Isabel. Em
1949 foi com o avô para o Rio de Janeiro, onde cursou dois anos no MABE
(Moderna Associação de Ensino). Em 1950 voltou para Caratinga para fazer o Tiro
de Guerra. Terminou o Científico no Colégio Nossa Senhora das Graças. Em 1957,
formou-se em Direito na Faculdade de Direito de Minas Gerais, em Belo
Horizonte.
No ano seguinte
casou-se com Vilma Gontijo, após sete anos de namoro. Ziraldo tem três filhos -
Daniela, Fabrízia e Antônio - e seis netos.
Desenha desde que
se entende por gente. Quando criança, desenhava em todos os lugares - na
calçada, nas paredes, na sala de aula... Outra de suas paixões desde a infância
é a leitura. Lia tudo que lhe caía nas mãos: Monteiro Lobato, Viriato Correa,
Clemente Luz (O Mágico), e todas as revistas em quadrinhos da época. Já
nesse momento, ao ler as páginas do primeiro "gibi", sentiu que ali
estava o seu futuro.
A carreira de Ziraldo começou na revista Era
Uma Vez... com colaborações mensais. Em 1954 começou a
trabalhar no Jornal A Folha de Minas, com uma página de humor. Por coincidência, foi
esse mesmo jornal que publicou, em 1939, o seu primeiro desenho, quando tinha
apenas seis anos de idade!
Em 1957, começou a
publicar seus trabalhos na revista A Cigarra e, posteriormente, em O Cruzeiro.
Em 1963, começou a fazer colaborações para o Jornal do Brasil. Trabalhou ainda
nas revistas Visão e Fairplay.
Ziraldo fez
cartazes para inúmeros filmes do cinema brasileiro, como Os Fuzis, Os Cafajestes, Selva Trágica, Os Mendigos,
etc. Foi no Rio de Janeiro que Ziraldo se consagrou um dos artistas gráficos
mais conhecidos e respeitados nacional e internacionalmente.
Entretanto, devido à diversidade de sua obra, não é possível limitá-lo apenas
às artes gráficas. É um artista que tem, ao longo dos anos, desenvolvido várias
facetas de seu talento. Ziraldo é também pintor, cartazista, jornalista,
teatrólogo, chargista, caricaturista e escritor.
Nos anos 60, seus cartuns e charges políticas começaram a aparecer na revista O
Cruzeiro e no Jornal do Brasil. Personagens como Jeremias, o Bom, a Supermãe e,
posteriormente, o Mineirinho tornaram-se popularíssimos.
Foi também na década de 60 que realizou seu sonho infantil: transformou-se num
autor de histórias em quadrinhos e publicou a primeira revista brasileira do
gênero feita por um só autor, reunindo uma turma chefiada pelo saci-pererê,
figura mais importante do imaginário brasileiro. Os personagens dessa turma
eram um pequeno índio e vários animais que formam o universo folclórico
brasileiro, como a onça, o jabuti, o tatu, o coelho e a coruja. A Turma do Pererê marcou
época na trajetória das histórias em quadrinhos no Brasil.
Em 1964, com a
tomada do poder pelos militares, a revista encerrou sua carreira. Era
nacionalista demais para sobreviver àqueles tempos. Entretanto, a força desses
persoagens, tão tipicamente brasileiros, resistiu aos difíceis anos da
ditadura. Em 1975 voltaram a ser publicados pela Editora Abril. Atualmente as
melhores histórias estão sendo reeditadas em álbuns pela Editora Salamandra.
Durante o período da ditadura militar (1964-1984), Ziraldo realizou um trabalho
intenso de resistência à repressão. Fundou, junto com outros humoristas, o mais
importante jornal não-conformista da história da imprensa brasileira, O Pasquim.
Ziraldo o considera um grande celeiro dos humoristas pós-68.
Quando foi editado
o AI-5, durante a Revolução Militar, muita gente contrária ao regime procurou
se esconder para escapar à prisão. Ziraldo passou a noite ajudando a esconder
os amigos e não se preocupou consigo mesmo. No dia seguinte à edição do
famigerado ato, foi preso em sua residência e levado para o Forte de Copacabana
por ser considerado um elemento perigoso.
Em 1968, Ziraldo teve seu talento reconhecido internacionalmente com a
publicação de suas produções na revistaGraphis, uma espécie de
“pantheon” das artes gráficas. Teve ainda trabalhos publicados nas revistas
internacionais Penthouse ePrivate
Eye, da Inglaterra, Plexus e Planète,
da França, e Mad,
dos Estados Unidos.
No ano de 1969, grandes acontecimentos marcaram a vida do artista. Ganhou o
Oscar Internacional de Humor no 32.º Salão Internacional de Caricaturas de
Bruxelas e o Merghantealler, prêmio máximo da imprensa livre da América Latina,
patrocinado pela Associação Internacional de Imprensa e recebido em Caracas,
Venezuela. Foi convidado a desenhar o cartaz anual do Unicef, honra concedida
pela primeira vez a um artista latino.
Ziraldo fez um mural para a inauguração do Canecão, casa noturna do Rio de
Janeiro, numa parede de mais de cento e oitenta metros quadrados. Essa obra foi
reproduzida em várias revistas do mundo, mas se encontra hoje escondida atrás
de um painel de madeira.
Foi ainda naquele
ano que publicou seu primeiro livro infantil,FLICTS, que relata a
história de uma cor que não encontrava seu lugar no mundo. Nesse livro, usou o
máximo de cores e o mínimo de palavras. A embaixada dos Estados Unidos no
Brasil presenteou com um exemplar desse livro os astronautas americanos que
pisaram na Lua pela primeira vez quando estes visitaram o Brasil. Neil Armstrong,
um deles, leu o livro e, comovido, escreveu ao autor: "The moon is
FLICTS".
Na década de 70, com seu trabalho já consagrado, continuou abrindo caminhos no
Brasil e no mundo. Desde 1972, seus trabalhos são sempre selecionados pela
revista Graphis Anual eGraphis
Porter.
Diversas revistas
internacionais usam seus desenhos em capas, inclusive a Vision,
a Playboy e
a GQ (Gentlemen’s Quaterly). Seus cartuns percorrem revistas de várias partes
do mundo. Alguns de seus desenhos foram selecionados para fazer parte do acervo
do Museu da Caricatura de Basiléia, na Suíça.
A partir de 1979, Ziraldo passou a dedicar mais tempo à sua antiga paixão:
escrever histórias para crianças. Nesse ano, publicou O Planeta Lilás,
um poema de amor ao livro, em que mostra que ele é maior que o Universo, pois
cabe inteirinho dentro de suas páginas.
Em 1980, Ziraldo recebeu sua maior consagração como autor infantil, na Bienal
do Livro de São Paulo, com o lançamento de O
Menino Maluquinho. Esse livro se transformou no maior
sucesso editorial da feira e ganhou o Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do
Livro, em São Paulo. Foi adaptado para o teatro, o cinema e para a web e teve
uma versão para ópera infantil, feita pelo maestro Ernani Aguiar. O Menino
Maluquinho virou um verdadeiro símbolo do menino nacional. Em 1989, começaram a
ser publicadas a revista e as tirinhas em quadrinhos esse personagem.
Em 1994, O Menino Maluquinho, o Bichinho da Maçã, a Turma do Pererê e o próprio
Saci-Pererê transformaram-se em selos comemorativos de Natal. Devido a essa
homenagem dos Correios e Telégrafos ao artista, sua arte foi espalhada pelos
quatro cantos do planeta, com votos de boas festas, feliz Natal e feliz ano
novo. Os livros de Ziraldo já foram traduzidos para várias línguas, entre elas
espanhol, italiano, inglês, alemão, francês e basco.
Como todo brasileiro, Ziraldo aprecia o carnaval. Foi um dos
primeiros a desfilar com a Banda de Ipanema, ao
lado de Albino Pinheiro, Leila Diniz e a turma do O Pasquim. Seu livro FLICTS
já foi enredo de escola de samba em Juiz de Fora, e Ziraldo desfilou no chão ao
lado do filho Antônio. Mais recentemente, no carnaval de 1997, Ziraldo foi
novamente homenageado. Desfilou no alto de um carro com um enorme Menino
Maluquinho, do qual desceu com o auxílio de um guindaste!
Ziraldo também já teve diversas passagens pela televisão. Participou como
jurado de inúmeros programas, festivais e até de concurso de Miss Brasil nos
anos 60. Foi umentrevistador muito comentado na TV Educativa, com o programa
“Ziraldo — o papo”, no início dos 90. Quando entrevistado, tem sempre pontos de
vista interessantes a defender. Foi a personalidade que mais vezes compareceu
ao programa “Jô Soares Onze e Meia”. Uma de suas frases mais conhecidas é
"Ler é mais importante do que estudar". Outras idéias que ele lançou
em entrevistas e que se tornaram quase campanhas públicas foram a de semear
jardins de flores nas cidades e a de combater a subnutrição com macarrão
vitaminado.
Em 1999, criou, de
uma só vez, duas revistas que sacudiram os conceitos do ramo editorial: Bundas e Palavra. Bundas foi
uma resposta bem-humorada à ostentação dos “famosos” que semanalmente aparecem
na revista Caras.
Reuniu grandes escritores, analistas políticos e cartunistas, muitos revelados
no O Pasquim.
Ao contrário do que o nome podia sugerir, era uma revista que tratava de
assuntos muito sérios, todos ligados ao destino político do país. Por sua vez, Palavra se
destinava a divulgar e discutir a arte que se faz longe do eixo Rio—São Paulo,
que concentra a maior parte das publicações nacionais do gênero. É uma revista
marcada pelo requinte da produção gráfica e pela originalidade do conteúdo.
Por ter criado uma
vasta obra na área da literatura infanto-juvenil, Ziraldo foi convidado, em
2000, para montar um parque de diversões temático em Brasília. No Ziramundo,
as crianças podem rodar dentro da panela do Menino Maluquinho e subir à Lua com
oFLICTS.
Com o fim de Bundas,
Ziraldo continuou a articular seus colaboradores para sustentar uma publicação
de humor e opinião. Logo no início de 2002, surgiu OPasquim21,
um jornal semanal que faz alusão ao histórico O
Pasquim e continua a revelar talentos, especialmente na
charge política e na caricatura.
No carnaval de 2003, Ziraldo voltou a ser homenageado por uma escola de samba.
A paulistana Nenê de Vila Matilde levou o enredo “É Melhor ler... O Mundo
Colorido de um Maluco Genial” e conquistou o 4° lugar. Mais uma vez, Ziraldo
subiu num enorme carro alegórico e desfilou emocionado.
O marco dos 70 anos também foi oportunidade para a realização de um
documentário sobre sua vida e obra, “Ziraldo, profissão cartunista”, exibido na
TV Senac e realizado por Marisa Furtado.
No mesmo ano estreou a ópera “O Menino Maluquinho” no Theatro Central de Juiz
de Fora. A ópera foi escrita pelo maestro Ernani Aguiar com libreto de Maria
Gessy. Os papéis principais são cantados por dois meninos e uma menina
acompanhados por um coro também de crianças.
Em 2004 Ziraldo
ganhou, com o livro Flicts, o prêmio internacional Hans Christian Andersen.
Sua arte faz parte do nosso cotidiano e pode ser identificada em logotipos
famosos; ilustrações de livros e revistas; caixinhas de fósforos, que viraram
itens de colecionador; cartazes da Feira da Providência (no Rio) e do
Ministério da Educação; centenas de camisetas e símbolos de campanhas públicas
ou privadas. Ziraldo está sempre envolvido em novos projetos.
Ziraldo Alves Pinto
nasceu em 24 de outubro de 1932, em Caratinga, Minas Gerais. É o mais velho de
uma família de sete irmãos. Seu nome vem da combinação dos nomes de sua mãe,
Zizinha, com o de seu pai, Geraldo. Assim surgiu o Zi-raldo, um nome único.
Passou a infância em Caratinga, onde cursou o Grupo Escolar Princesa Isabel. Em
1949 foi com o avô para o Rio de Janeiro, onde cursou dois anos no MABE
(Moderna Associação de Ensino). Em 1950 voltou para Caratinga para fazer o Tiro
de Guerra. Terminou o Científico no Colégio Nossa Senhora das Graças. Em 1957,
formou-se em Direito na Faculdade de Direito de Minas Gerais, em Belo
Horizonte.
No ano seguinte
casou-se com Vilma Gontijo, após sete anos de namoro. Ziraldo tem três filhos -
Daniela, Fabrízia e Antônio - e seis netos.
Desenha desde que
se entende por gente. Quando criança, desenhava em todos os lugares - na
calçada, nas paredes, na sala de aula... Outra de suas paixões desde a infância
é a leitura. Lia tudo que lhe caía nas mãos: Monteiro Lobato, Viriato Correa,
Clemente Luz (O Mágico), e todas as revistas em quadrinhos da época. Já
nesse momento, ao ler as páginas do primeiro "gibi", sentiu que ali
estava o seu futuro.
A carreira de Ziraldo começou na revista Era
Uma Vez... com colaborações mensais. Em 1954 começou a
trabalhar no Jornal A Folha de Minas, com uma página de humor. Por coincidência, foi
esse mesmo jornal que publicou, em 1939, o seu primeiro desenho, quando tinha
apenas seis anos de idade!
Em 1957, começou a
publicar seus trabalhos na revista A Cigarra e, posteriormente, em O Cruzeiro.
Em 1963, começou a fazer colaborações para o Jornal do Brasil. Trabalhou ainda
nas revistas Visão e Fairplay.
Ziraldo fez
cartazes para inúmeros filmes do cinema brasileiro, como Os Fuzis, Os Cafajestes, Selva Trágica, Os Mendigos,
etc. Foi no Rio de Janeiro que Ziraldo se consagrou um dos artistas gráficos
mais conhecidos e respeitados nacional e internacionalmente.
Entretanto, devido à diversidade de sua obra, não é possível limitá-lo apenas
às artes gráficas. É um artista que tem, ao longo dos anos, desenvolvido várias
facetas de seu talento. Ziraldo é também pintor, cartazista, jornalista,
teatrólogo, chargista, caricaturista e escritor.
Nos anos 60, seus cartuns e charges políticas começaram a aparecer na revista O
Cruzeiro e no Jornal do Brasil. Personagens como Jeremias, o Bom, a Supermãe e,
posteriormente, o Mineirinho tornaram-se popularíssimos.
Foi também na década de 60 que realizou seu sonho infantil: transformou-se num
autor de histórias em quadrinhos e publicou a primeira revista brasileira do
gênero feita por um só autor, reunindo uma turma chefiada pelo saci-pererê,
figura mais importante do imaginário brasileiro. Os personagens dessa turma
eram um pequeno índio e vários animais que formam o universo folclórico
brasileiro, como a onça, o jabuti, o tatu, o coelho e a coruja. A Turma do Pererê marcou
época na trajetória das histórias em quadrinhos no Brasil.
Em 1964, com a
tomada do poder pelos militares, a revista encerrou sua carreira. Era
nacionalista demais para sobreviver àqueles tempos. Entretanto, a força desses
persoagens, tão tipicamente brasileiros, resistiu aos difíceis anos da
ditadura. Em 1975 voltaram a ser publicados pela Editora Abril. Atualmente as
melhores histórias estão sendo reeditadas em álbuns pela Editora Salamandra.
Durante o período da ditadura militar (1964-1984), Ziraldo realizou um trabalho
intenso de resistência à repressão. Fundou, junto com outros humoristas, o mais
importante jornal não-conformista da história da imprensa brasileira, O Pasquim.
Ziraldo o considera um grande celeiro dos humoristas pós-68.
Quando foi editado
o AI-5, durante a Revolução Militar, muita gente contrária ao regime procurou
se esconder para escapar à prisão. Ziraldo passou a noite ajudando a esconder
os amigos e não se preocupou consigo mesmo. No dia seguinte à edição do
famigerado ato, foi preso em sua residência e levado para o Forte de Copacabana
por ser considerado um elemento perigoso.
Em 1968, Ziraldo teve seu talento reconhecido internacionalmente com a
publicação de suas produções na revistaGraphis, uma espécie de
“pantheon” das artes gráficas. Teve ainda trabalhos publicados nas revistas
internacionais Penthouse ePrivate
Eye, da Inglaterra, Plexus e Planète,
da França, e Mad,
dos Estados Unidos.
No ano de 1969, grandes acontecimentos marcaram a vida do artista. Ganhou o
Oscar Internacional de Humor no 32.º Salão Internacional de Caricaturas de
Bruxelas e o Merghantealler, prêmio máximo da imprensa livre da América Latina,
patrocinado pela Associação Internacional de Imprensa e recebido em Caracas,
Venezuela. Foi convidado a desenhar o cartaz anual do Unicef, honra concedida
pela primeira vez a um artista latino.
Ziraldo fez um mural para a inauguração do Canecão, casa noturna do Rio de
Janeiro, numa parede de mais de cento e oitenta metros quadrados. Essa obra foi
reproduzida em várias revistas do mundo, mas se encontra hoje escondida atrás
de um painel de madeira.
Foi ainda naquele
ano que publicou seu primeiro livro infantil,FLICTS, que relata a
história de uma cor que não encontrava seu lugar no mundo. Nesse livro, usou o
máximo de cores e o mínimo de palavras. A embaixada dos Estados Unidos no
Brasil presenteou com um exemplar desse livro os astronautas americanos que
pisaram na Lua pela primeira vez quando estes visitaram o Brasil. Neil
Armstrong, um deles, leu o livro e, comovido, escreveu ao autor: "The moon
is FLICTS".
Na década de 70, com seu trabalho já consagrado, continuou abrindo caminhos no
Brasil e no mundo. Desde 1972, seus trabalhos são sempre selecionados pela
revista Graphis Anual eGraphis
Porter.
Diversas revistas
internacionais usam seus desenhos em capas, inclusive a Vision,
a Playboy e
a GQ (Gentlemen’s Quaterly). Seus cartuns percorrem revistas de várias partes do
mundo. Alguns de seus desenhos foram selecionados para fazer parte do acervo do
Museu da Caricatura de Basiléia, na Suíça.
A partir de 1979, Ziraldo passou a dedicar mais tempo à sua antiga paixão:
escrever histórias para crianças. Nesse ano, publicou O Planeta Lilás,
um poema de amor ao livro, em que mostra que ele é maior que o Universo, pois
cabe inteirinho dentro de suas páginas.
Em 1980, Ziraldo recebeu sua maior consagração como autor infantil, na Bienal
do Livro de São Paulo, com o lançamento de O
Menino Maluquinho. Esse livro se transformou no maior
sucesso editorial da feira e ganhou o Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do
Livro, em São Paulo. Foi adaptado para o teatro, o cinema e para a web e teve
uma versão para ópera infantil, feita pelo maestro Ernani Aguiar. O Menino
Maluquinho virou um verdadeiro símbolo do menino nacional. Em 1989, começaram a
ser publicadas a revista e as tirinhas em quadrinhos esse personagem.
Em 1994, O Menino Maluquinho, o Bichinho da Maçã, a Turma do Pererê e o próprio
Saci-Pererê transformaram-se em selos comemorativos de Natal. Devido a essa
homenagem dos Correios e Telégrafos ao artista, sua arte foi espalhada pelos
quatro cantos do planeta, com votos de boas festas, feliz Natal e feliz ano
novo. Os livros de Ziraldo já foram traduzidos para várias línguas, entre elas
espanhol, italiano, inglês, alemão, francês e basco.
Como todo brasileiro, Ziraldo aprecia o carnaval. Foi um dos
primeiros a desfilar com a Banda de Ipanema, ao
lado de Albino Pinheiro, Leila Diniz e a turma do O Pasquim. Seu livro FLICTS
já foi enredo de escola de samba em Juiz de Fora, e Ziraldo desfilou no chão ao
lado do filho Antônio. Mais recentemente, no carnaval de 1997, Ziraldo foi
novamente homenageado. Desfilou no alto de um carro com um enorme Menino
Maluquinho, do qual desceu com o auxílio de um guindaste!
Ziraldo também já teve diversas passagens pela televisão. Participou como
jurado de inúmeros programas, festivais e até de concurso de Miss Brasil nos
anos 60. Foi umentrevistador muito comentado na TV Educativa, com o programa
“Ziraldo — o papo”, no início dos 90. Quando entrevistado, tem sempre pontos de
vista interessantes a defender. Foi a personalidade que mais vezes compareceu
ao programa “Jô Soares Onze e Meia”. Uma de suas frases mais conhecidas é
"Ler é mais importante do que estudar". Outras idéias que ele lançou
em entrevistas e que se tornaram quase campanhas públicas foram a de semear
jardins de flores nas cidades e a de combater a subnutrição com macarrão
vitaminado.
Em 1999, criou, de
uma só vez, duas revistas que sacudiram os conceitos do ramo editorial: Bundas e Palavra. Bundas foi
uma resposta bem-humorada à ostentação dos “famosos” que semanalmente aparecem
na revista Caras.
Reuniu grandes escritores, analistas políticos e cartunistas, muitos revelados
no O Pasquim.
Ao contrário do que o nome podia sugerir, era uma revista que tratava de
assuntos muito sérios, todos ligados ao destino político do país. Por sua vez, Palavra se
destinava a divulgar e discutir a arte que se faz longe do eixo Rio—São Paulo,
que concentra a maior parte das publicações nacionais do gênero. É uma revista
marcada pelo requinte da produção gráfica e pela originalidade do conteúdo.
Por ter criado uma
vasta obra na área da literatura infanto-juvenil, Ziraldo foi convidado, em
2000, para montar um parque de diversões temático em Brasília. No Ziramundo,
as crianças podem rodar dentro da panela do Menino Maluquinho e subir à Lua com
oFLICTS.
Com o fim de Bundas,
Ziraldo continuou a articular seus colaboradores para sustentar uma publicação
de humor e opinião. Logo no início de 2002, surgiu OPasquim21,
um jornal semanal que faz alusão ao histórico O
Pasquim e continua a revelar talentos, especialmente na
charge política e na caricatura.
No carnaval de 2003, Ziraldo voltou a ser homenageado por uma escola de samba.
A paulistana Nenê de Vila Matilde levou o enredo “É Melhor ler... O Mundo
Colorido de um Maluco Genial” e conquistou o 4° lugar. Mais uma vez, Ziraldo
subiu num enorme carro alegórico e desfilou emocionado.
O marco dos 70 anos também foi oportunidade para a realização de um
documentário sobre sua vida e obra, “Ziraldo, profissão cartunista”, exibido na
TV Senac e realizado por Marisa Furtado.
No mesmo ano estreou a ópera “O Menino Maluquinho” no Theatro Central de Juiz
de Fora. A ópera foi escrita pelo maestro Ernani Aguiar com libreto de Maria
Gessy. Os papéis principais são cantados por dois meninos e uma menina
acompanhados por um coro também de crianças.
Em 2004 Ziraldo
ganhou, com o livro Flicts, o prêmio internacional Hans Christian Andersen.
Sua arte faz parte do nosso cotidiano e pode ser identificada em logotipos
famosos; ilustrações de livros e revistas; caixinhas de fósforos, que viraram
itens de colecionador; cartazes da Feira da Providência (no Rio) e do
Ministério da Educação; centenas de camisetas e símbolos de campanhas públicas
ou privadas. Ziraldo está sempre envolvido em novos projetos.
Fonte: http://www.educacional.com.br/ziraldo/biografia/detalhada.asp